O mundo 'desglobalizado'

Eu, bem como milhares de brasileiros, usuários do site de relacionamento Orkut estamos nos deparando com uma coisa que pode ser chamada de irritante. Tenho notado que de uns três meses para cá o número de mensagens com spam pornográficos aumentaram absurdamente por lá. Estamos acostumados a receber diariamente quilos e quilo de lixo eletrônico em nossas caixas de e-mails, mas lá temos a chance de utilizar filtros nas mensagens e selecionarmos o que queremos receber ou não.

O engraçado é que essa semana tive que mudar meu perfil no Orkut pelo simples fato de que eles inventaram um novo sistema de recado: imagens, slides e vídeos, que confesso, me irrita muito, porque o meu antigo simplesmente travou com as 'novidades'. Se antes recebíamos um monte de recadinhos indesejáveis diariamente em nosso mural de recados, agora ficamos horas esperando enorme imagens com luzinhas, glitteres, e na maioria das vezes irritantes. Se pelo menos recebêssemos imagens menores e sem pisca-pisca de árvore de natal, tudo bem.

Agora me pergunto, porque ao invés do Orkut se preocupar em disponibilizar um monte de coisa inútil na página, não direciona a atenção de seus idealizadores para um filtro de mensagens, por exemplo. A única coisa de interessante nas novidades Orkutianas foi a possibilidade de dimensionar a foto que ficará em seu perfil. 

Ouço muita gente falando que as pessoas que entram no Orkut, principalmente os brasileiro que já representam mais de 50% dos usuários mundiais, coisa que não concordo. Acho o Orkut, assim como outros sites de relacionamentos, extremamente interessantes. Além de podermos reencontrar pessoas que não víamos a 'séculos', conseguimos perceber como é a natureza humana do século XXI, onde a prioridade é se mostrar presente o tempo inteiro.

O ser humano sempre gostou de 'estar presente', de 'se fazer presente'. Como se isso fosse uma necessidade absurda de aceitação pessoal. Só que hoje em dia, com a facilidade tecnológica em nossas mãos, ulálá, podemos ser vistos não somente pendurado na janela de nossas casas mas também pendurados nas janelas das casas do mundo inteiro.

E viva a globalização alienante!