Um assunto para lá de polêmico esse que vou falar hoje:
Fé. Quando falamos de carnaval, futebol, política e
religião é fato que milhares virão atrás para nos atacar. Mas quero deixar bem claro que não estou aqui nem contra, nem a favor de ninguém ou de
igreja e/ou
religião nenhuma. Só vim para expor uns pensamentos que me pegaram de surpresa esses dias.
Uma coisa que tenho percebido, não só no Brasil, como no mundo inteiro, é a "cega necessidade" de ter a
Fé como algo palpável. Explico melhor... Vemos guerras pelo mundo inteiro em nome do coitado do Alah. Maomé, é o outro coitado que leva culpa quando milhares são bombardeados a todo momento. E o que acho mais lamentável de tudo isso é que as pessoas não conseguem perceber o quanto estão "cegas". E tudo isso não passa de uma insegurança interior que fazem do ato de ter
Fé em algo, ou alguém um sentimento sem controle, onde tudo é válido em nome dessa cegueira.
Mas porque estou falando sobre isso? Poucos sabem mais amo o tema
Religião. Mas gosto do tema no formato social e filosófico de significado. Sociologicamente falando, "
religião" significa uma "instituição social criada em torno da ideia de um, ou vários seres sobrenaturais, e de sua relação com os homens" (segundo Michaelis).
Filosoficamente explicando – que por sinal é o significado que mais admiro –
religião significa "respeito a uma regra, reconhecimento prático de nossa dependência de Deus, e uma instituição social com crenças e ritos" (segundo Michaelis). Isto é, a
religião é algo criado pelos homens, e não por "Deus" (Alah, Maomé, Jeová, etc), como muitos acreditam que ser. Por isso que os ateus e agnósticos (como eu) são tão criticados. Amo o conceito de
religião, que ortograficamente falando, vem do latim "
religio" usado na Vulgata e que significa "prestar culto a uma divindade", "ligar novamente", ou simplesmente "religar".

E no misto humano de necessidade, solidão e desespero surgiram ao longo dos séculos as
Igrejas (do grego
ekklesia e latim
ecclesia e significa "assembleia","convocação") para unir em um só local muitos "necessitados" de
Fé. E minha paixão pela
Fé e pelas
religiões começou por aí, em tentar entender o que leva uma pessoa a ter
Fé e sentir essa necessidade incontrolável de participar de uma
religião para que ela seja manifestada.
Para deixar bem claro para todos que possam vir aqui me "crucificar", eu não tenho "
religião", tenho
Fé. E isso, poucos sabem, o quanto é diferente. A palavra
Fé vem do grego "
pistia" e do latim "
Fides", e em ambas, significa "ter a firme convicção de que algo seja verdade, sem nenhuma prova de que este algo seja verdade, pela absoluta confiança que depositamos neste algo ou alguém". Por isso que ter
Fé não necessariamente significa ter uma
religião. Os ateus, por exemplo, tem
Fé neles mesmos, os agnóstico tem
Fé em algo maior que não tem explicação em religiões ou nomes e os "crentes" (aqueles que frequentam qualquer tipo de culto: Judaísmo, Islamismo, Cristianismo, etc) são os necessitam de uma religião ou Igreja para que ela seja manifestada.
Os africanos têm uma
Fé enorme. Seus cultos, muitos classificados como pagãos (termo referente às diversas formas de religiosidade não judaicas ou cristãs) são cercados, na maioria das vezes de mais
Fé do que em um grupo de cristãos fervorosos. A Wicca (religião neopagã fundamentada nos cultos da fertilidade que se originaram na Europa Antiga) tem
Fé na natureza, nos elementos básicos do dia-a-dia, como o ar, a água, a terra, etc. E por aí vai. Mas, na maior parte do mundo, e aqui no Brasil também, essas crenças são taxadas como "
Falsa Fé".
Foi então que comecei a pensar sobre isso. O que é essa tal de "
Falsa Fé"? Se
Fé é acreditar em acreditar em algo ou alguém com toda convicção, mesmo sem ter prova que isso, ou esse, seja provador fisicamente, qualquer pessoa do mundo tem
Fé (pelo menos nela mesma), consequentemente, ela nunca será falsa. O que vejo hoje é uma deturbação do significado da palavra
Religião e do sentido da
Fé. A cada dia mais estamos sendo literalmente "invadidos" por milhares e milhares de
Igrejas Evangélicas em cada esquina com a promessa que se você tiver
Fé "neles" você será salvo. Pergunto eu... Salvo de quê? De quem?

E não fica só nos
protestantes. Isso mesmo, até os
Evangélicos brasileiros não sabem que sua
religião tem o nome oficial de
Protestantismo, que é o conjunto de igrejas cristãs (na época só existia a Católica) e doutrinas que se identificam com as teologias desenvolvidas no século XVI na Europa Ocidental, na tentativa de reforma da
Igreja Católica Apostólica Romana. O
Protestantismo foi liderado por um grupo de teólogos e clérigos importantes da época, o principal deles foi o ex-monge agostiniano Martinho Lutero. Esse, pode-se dizer, foi um dos fundadores principais, do que hoje aqui no Brasil, chama-se de
Religião Evangélica, pois a primeira Igreja que "protestou" contra a forma Romana da
religião Cristã recebeu o nome de
Igreja Luterana.
Hoje é uma febre tamanha.
Igrejas Católicas transformando seus padres em pop-star para conseguir "angariar" novos "cordeiros" para seu "rebanho". Outra parte dela "trocando de mal" com seus superiores e fundando novas congregações.
Igrejas Evangélicas dando cria em cada esquina como se fossem farmácias. Para falar a verdade, hoje no Brasil, existem bairros onde não existem farmácias, mas com certeza tem uma
Igreja Protestante, seja ela de qual denominação for: "Assembleia de Deus", "Universal do Reino de Deus", "Batista", "Igreja Internacional da Graça de Deus", "Socorrista", "Emmanuel", e milhares de outras mais.
Clique para aumentarEssa necessidade incessante de procurar por "nossa"
Fé em
Igrejas e
Religiões a cada dia tem se tornado mais forte. Guerras, corrupção, assassinatos e outras violências mais existentes no mundo, está acarretando mais e mais pessoas nessa busca cega de se sentir "amado", custe o que custar. Tempos atrás, eu fiz uma pesquisa para um trabalho que fiz sobre
Fé, e fiquei abismada quando ouvia as pessoas dizendo que buscavam nas
Igrejas (e
Religiões) o amor e respeito que não conseguiam no seu dia-a-dia.
É uma coisa tão corriqueira hoje em dia milhões de
Igrejas, dezenas de
Religiões, credos, cultos e crenças diferenciadas que a maior parte de seus seguidores esquecem de procurar a
Fé onde ela realmente se encontra: dentro de cada um de nós. Para ter
Fé em algo ou alguém, antes de tudo temos que ter
Fé em nós mesmos. Se formos capazes de acreditar que podemos fazer algo inacreditavelmente provável, aos olhos dos demais, estaremos colocando me prática a maior
Fé que qualquer santo, deuses, ou homens nunca poderiam nos dar: a
Fé na humanidade.
Com certeza se nossa insegurança pessoal não fosse tão grande, não precisaríamos de muletas religiosas para por em prática a nossa
Fé no que queremos para o mundo e para os seres humanos. E provavelmente não teríamos guerras, violência, ambições desmedidas ou mentiras sem necessidade plausível.

Antes de depositar sua
Fé total em algum homem ou congregação, comece a ter
Fé em si mesmo, só assim, eu e vocês poderemos mudar o mundo.