quinta-feira, novembro 12, 2009

A eterna "Era do Rádio"!


Há muito venho ouvindo pessoas falando que a mídia tradicional vai acabar, quem ninguém mais lerá jornais de papel, revistas, assistir TV e nem ouvir rádio. Mas nesse último blecaute que tivemos pudemos perceber que nem todas irão para o limbo. O Rádio se mostrou mais forte que nunca, mais competente que nunca e mais informativo que nunca.

Ontem, dia 11, ocorreu um apagão que deixou 13 Estados brasileiros mais o Paraguai completamente às escuras e as únicas informações que todos conseguiam obter era através do bom e velho rádio. Seja à pilha, seja no celular ou no carro, não importa, os brasileiros ficarem cientes do ocorrido por conta de uma mídia, que desde a criação da TV vem sendo criticada e dizendo que terá seu fim.

O Rádio no Brasil foi oficialmente inaugurado no dia 07 de setembro de 1922, era um transmissor de 500 watts, da Westinghouse, instalado no alto do Corcovado, no Rio de Janeiro, e com capacitada somente de 80 receptores. O primeiro programa a ir ao ar foi o discurso do, então Presidente da República, Epitácio Pessoa. Mas a instalação completa só ocorreu de fato no ano seguinte, em 20 de abril de 1923, quando Roquete Pinto e Henry Morize inauguraram a "Rádio Sociedade do Rio de Janeiro".


Com uma programação voltada principalmente para e elite carioca (afinal naquela época ter rádio era coisa de gente rica), a programação era constituída principalmente de ópera, recitais de poesia, concertos, palestras culturais. Os receptores eram caríssimos, e tinham que ser importados, poucos tinham acesso a esse novo aparelho revolucionário. Durante muitas décadas, famílias inteiras sentada em volta dos rádios e ouviam as noticias do Brasil como se estivesse hoje assistindo o Jornal Nacional no horário do jantar.

A Rádio viveu uma época de ouro. No seu incio anúncios pagos eram terminantemente proibidos. Os consumidores tinham que pagar mensalidades para obter os receptores e as rádios tinham como finalidade principal ser educativa, altruísta e cultural, nada além disso. O boom comercial veio na década de 30, quando um decreto lei ( 21.111 de 01/03/32) foi assinado autorizando que 10% da programação das rádio tivessem liberdade comerciais.

Eis que a rádio passa a ser do povão! O erudito cai de moda e grandes produtores de teatro começam a ser contratados para criar uma nova programação. Artistas saem dos palcos para atuarem atras dos microfones e começam de migalha em migalha conquistas todo um país, que antes nem sabia o quanto o direito a informação era importante.

A tecnologia começa a invadir o Brasil. É criado o termo “status da emissora”, que mais tarde viraria o que conhecemos por IBOPE, e medir a popularidade de um programa ou emissora era essencial para a sobrevivência dessa nova era: A Era do Rádio!

Época de "Ouro"


Para se ter uma ideia do que foi essa época, nem a televisão, que veio 30 anos depois, conseguiu desbancar até hoje o impacto do “novo” que a rádio deu para a população. Depois do “rádio” qualquer nova tecnologia era só mais uma. Nada mais surpreenderia ninguém. Afinal, se podia “prender” as vozes das pessoas dentro de uma pequena caixa, o resto era “balela” (gíria de época, rs).

Os anos 40 foram importantíssimos para todas as tecnologias que temos hoje. A era de Ouro do rádio já nos dava uma ideia de tudo que veríamos pela frente: TV, internet, etc. O instituto IBOPE foi oficializado em maio de 1942, a primeira rádio-novela foi ao ar também no mesmo ano (Em busca da felicidade), o jornalismo andante entrou em ação ganhando vida dos papéis para o áudio com o Repórter Esso. Tudo era novo, diferente, genial. Tudo era... Ouro.

A primeira grande guerra foi contextualizada através da rádio, a Copa do Mundo ganhou vida através dos gritos de gol dos âncoras. Mas nem tudo eram flores, a TV estava chegando, o medo se instaurando e suposições surgindo. Mas nada ocorreu, a rádio mudou e se adaptou ao novo mundo.

A TV mudou o Rádio


Mesmo com o boom desesperado dos grandes artistas, autores e produtores correndo para a novidade (TV), a rádio não deixou se abater. Ela se reinventou. Trocou os programas ao vivo, como as rádio-novelas, para os humorísticos e música. E em 1947 com a chegada de um potente transistor, a comunicação ao vivo, da rua, foi possível, em tempo real. Coisa que a TV ainda não conseguia acompanhar.

Nos anos 60 as FMs começam a aparecer e rádio, que antes diziam que ia morrer, ressurge das cinzas como Fênix. A Rádio Excelsior, em São Paulo, foi a primeira FM a transmitir exclusivamente música, na época intitulada de “música ambiente”. Mas o conceito da FM que conhecemos hoje só veio mesmo a Rádio Difusora de São Paulo, no início da década de 70.

Isso bastou para o governo reconhecer o poder do rádio. Em 1976 (o ano em que nasci) nasce a Radiobrás - Empresa Brasileira de Radiodifusão. Surgindo com o falso intuito de “organizar emissoras”, o governo passou a operá-las e explorar seus serviços. Para montar sua própria rede, fosse ela de repetição ou retransmissão, tudo teria que passar pela autorização governamental.

Como a demanda era enorme, no mesmo anos o governo decide criar o Sistema Radiobrás, que hoje é formado por 38 emissoras de rádio e uma de televisão, preocupando-se principalmente em atender as áreas de difícil acesso, como a Amazônia, e as transmissões internacionais. Ainda nos anos 70, foi a vez do nascimento das grandes agencias de produção radiofônica.

Nos anos 80 o pico principal foram as músicas. E com as mudanças tecnológicas mais avançadas a necessidade de mudança aparecia cada vez mais. Eis que a Rádio Jornal do Brasil inova mais uma vez, em 1982, introduzindo os discos a “laser”, isso mesmo os CDs. Ela foi a pioneira nessa tecnologia, que hoje já está ficando banal. Começa também nesta época as primeiras transmissões por satélite e ondas médias com sonorização estéreo.

O futuro...

Ninguém sabe, ninguém viu, não é? Pois é... Todos pensaram que com a internet, televisão e todas as outras tecnologias que surgiram durante as últimas décadas o rádio teria morrido, mas mais uma vez ele nos provou que é a prova de mudanças.

E viva o Rádio!

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