A 'Era Digital' tentando vencer as ações do tempo

Na Era Digital o papel nunca foi tão superestimado. Cientistas se reuniram na Suíça para guardar uma 'capsula do tempo' que contém um código especial, batizado de 'genoma digital'. Esses códigos servirão para que no futuro as próximas gerações possam ler os arquivos contidos em CDs e outras mídias, que até lá terão seus formatos extintos.

Nessa hora é que vemos o quanto os livros e registros de papéis são bens duráveis. Um dos cientistas que participou do enterro da capsula, Adam Farquhar, falou para a imprensa que daqui a 50 anos qualquer um poderá pegar nas estantes exemplares de livros e anotações de Eisntein que tenham sido restauradas e preservadas, por exemplo. Mas não poderiam ler a maior parte das anotações de Stephen Hawking (o maior físico da atualidade), pois seus trabalhos estão em formato digitais, que no futuro, nem todos poderão ter acesso.

O 'esconderijo' está localizado nos Alpes suíços em um sistema complexo de túneis subterrâneos e de localização ultra secreta. A caixa selada contém chaves para decifrar qualquer formato digital extinto, e ficará enterrada por pelo menso 25 anos, em um loca forte o suficiente para resistir até ataques nucleares. O projeto, chamado de 'Planets', começou há quatro anos atrás e teve o apoio de 16 bibliotecas, instituições de pesquisa e arquivos europeus, com o intuito de preservar os dados digitais ativos existentes hoje no planeta, afim de não se perderem com o ritmo acelerado da evolução dos hardwares e softwares.

Foto: Arnd Wiegmann/Reuters

É claro que a digitalização dos arquivos e os novos formatos de mídias nos ajudaram com a organização dos espaços, principalmente. Mas que é sempre bom termos uma versão impressa daquilo que fazemos digitalmente, isso é. Imagine se um documento importante como Constituições  tivesse sido extintas e repassadas somente para arquivos digitalizados? Perderíamos parte importante da História do mundo no meio de novos códigos e métricas de processamento de dados.

Os arquivos já contabilizam mais de 100GB de dados, o que seria equivalente a 24 toneladas de livros por habitante do planeta. Nesses documentos constam fotos, fichas médicas, enciclopédias, documentos governamentais e jurídicos. Isso sem contar vários CDs com dados que ainda não foram inseridos e já estão na contagem de mais de 1 trilhão para ser armazenado.

O mundo evolui, o modo de agir e pensar continuam o mesmo: nenhum ser humano quer perder parte de sua História de vida. Na briga pelo espaço organizacional o meio digital reina, mas o bom e velho papel ainda tem um pedaço grande de importância nesse reinado. Certo ou errado, podemos saudar: Viva a 'burrocracia'! (pelo menos ela não será extinta daqui há 50 anos)