Um dos assuntos mais comentados nas redes sociais nessa semana foi o novo comercial da Bradesco Seguros com o canto Byafra. Simulando que se você não tem um 'Byafra' cantando em seu ouvido para espantar os ladrões de seu carro é melhor fazer um seguro com eles. Não estou aqui para criticar o banco ou dar uma da fã enlouquecida do cantor, mas achei decadente toda a situação.
A cenas vai rolando até o momento em que Byafra desafina de propósito para o 'bandido' fugir. Peralá! Posso não ser uma fã de carteira do cantor, mas ele canta muito bem e sempre cantou. Fico imaginando o quão 'duro' ele deve estar para se prestar de representar um papel tão decadente de si mesmo em rede nacional. O banco nada tem a ver, mas o cantor deveria valorizar mais a si mesmo e ao seu talento.
Gosto de algumas músicas do Byafra, principalmente as que foram sucesso nos anos 80. É bem verdade que muitos cantores e bandas daquela época ficaram meio que perdidos no tempo, pegando poeira nas prateleiras dos fãs e fazendo shows repetitivos. Acabam trabalhando em shows especializados na década de 80 e não criam novos trabalhos. Com isso ficam preso no passado onde cada ano que passa seus fãs vão ficando mais velho, morrendo ou perdendo o interesse pelo tipo de música que eles costumavam cantar.
Vemos isso se repetindo com vários outros artistas que foram sucesso no mesmo período: Leo Jaime, Evandro Mesquita (e sua eterna Blitz), Kid Abelha, Rosana, Kid Vinil, entre outros. E fora aqueles que simplesmente sumiram do mapa midiático completamente como Metrô, Plebe Rude, Ira, Kátia, Marcelo, e tantos outros. Claro, alguns conseguiram passar pela turbulência da virada do século, como o Titãs, Paralamas do Sucesso e Capital Inicial, por exemplo. Porque o resto parece ter ido para o limbo do esquecimento ou sobrevivem 'revivendo' a era de ouro da década de 80, ou fazendo papel de ridículo em comerciais.
No meu ponto de vista (que fique claro), a agência responsável pelo comercial foi insensível em fazer o convite ao cantor, o Bradesco assinou embaixo da insensatez ao aprovar o projeto, mas quem fez pior foi o próprio Byafra, que se sujeitou a se mostrar para os jovens de hoje como se fosse um cantor ruim e decepcionar os fãs forçando uma desafinação que sabemos que não existe. Ou seja, foi um conglomerado de falta de bom senso.
Fico imaginando o quão desesperado por aparição (e dinheiro) o Byafra deve estar para se prestar o papel de cometer um suicídio artístico dessa forma. Achei de mau gosto, indelicado, insensível e desesperado. Não consegui rir um só segundo do comercial. A única coisa que ele conseguiu tirar em forma de sentimento de minha pessoa foi pena. Pena pelo artista que realmente deve estar mal, pena pelos 'criativos' que perderam a noção do bom senso, pena por esse geração de jovens que acham que música boa tem que falar de sexo e bunda de fora, pena por acharem que grandes cantores são aqueles que sobem em trios elétricos e ficam berrando para todos dançarem bêbados embaixo. Uma pena Byafra... de admiração agora só consigo sentir pena de você...
1 Comentário
Ana,
Você escreve tão bem, mas tanto, que meu post sobre o assunto, virou "fichinha" perto de sua retórica de total coerência e sobriedade!
MUITO OBRIGADA por sua coragem e sabedoria!!!!
Com certeza, ASSINO TUDO O QUE VOCÊ ESCREVEU!!!!
Um forte abraço,
Mary:)
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