Nesta última quinta-feira fui a São Paulo com o pessoal da faculdade participar das gravações do programa do Serginho Groisman, o Altas Horas. Para começo de conversa inicio dizendo que realmente tudo o que vemos na tv é uma completa mentira e das grossas.
Quando assistimos pela televisão temos a impressão de que o estúdio onde é gravado o programa do Serginho (e do Programa do Jô também) é enorme. Pura balela! É um micro espaço. Tudo truque de câmera. E olhe lá!
Outra coisa... Nunca me senti tão desrespeitada em minha vida. Olha que já fui no Projac (sede da Globo do Rio) várias vezes e nunca tive tanta frescura assim para entrar em suas locações. Para começar, fomos surpreendidos por um projeto de segurança. Isso mesmo, projeto, porque ele era tão "criança", tão magrinho e tão baixinho que não mete medo nem em bebes quanto mais em ladrões.
Essa criatura entrou em nosso ônibus com ar de Coronel do exército dando ordens a torto e a direita: identificação, por favor!, sentados agora!, calem-se!, não estão me ouvindo não?, "presta" atenção no que vou falar... E por aí foi. A última "ordem" do projeto de segurança foi: "Olha, vocês 'vao sair' (detalhe para a conjugação do verbo) todos juntos em fila. Fila de 1 hem... E se posicionar a sua direita. Não vão para esquerda é direita... Bem no canto e sigam em fila indiana, um atrás do outro até a porta e parem lá. Quem sair da fila será chamado a atenção, estamos entendidos?". É claro que na mesma hora todos no ônibus começaram a zuar: "Sim, senhor!".
Me senti como se eu estive em uma escola de jardim da infância. Só faltou mandar colocar a mão no ombro do colega para seguir em frente. Ao chegarmos em frente a porta de entrada do estúdio 3, tinha outra gama de segurança, femininos e masculinos. Esses ficando nos rondando, nos virando, nos puxando para ver se tínhamos algum tipo de "propaganda"ou nome proibido exposto em nossas roupas. Caso tivéssemos, seriamos literalmente fitacrepados. Isso mesmo fita crepe (preta) neles! E gruda daqui, gruda de lá.
Enfim conseguimos passar pela porta da recepção. Lá um dos produtores do programa, aos berros no microfone, em uma sala superlotada de adolescentes de universidade de vários cantos do Brasil, mandava todos calarem a boca. Quando o silêncio se fez ele em alto e bom tom nos humilha: "A Castelo Branco do Rio de Janeiro foi a última a chegar turma, então eles serão o que?" Quero ouvir todo mundo? E o povo que estava lá retrucou: "Últimos!". E nós não sabíamos onde enfiar nossa cara.
Tá... Entramos... Um atrás do outro e fomos espalhados pela arquibancada, isso porque fomos os últimos e não tinha lugar para todos os alunos em um só canto. Isso mesmo, porque aquilo é uma arquibancada mal feita ainda por cima. Depois de quase uma hora sentada sobre uma madeira dura minha coluna começou a doer e desci. Só pude subir novamente no intervalo da gravação. Detalhe: intervalo de apenas 30 segundos. Mal dava para o povo descer (e só podia ser de 2 em 2) para ir ao banheiro.
Terminado o intervalo um amigo meu que estava sentado nas cadeiras ao invés do chão duro onde ficamos, trocou de lugar comigo então voltei. Mal consegui assistir direito a gravação pois eu tinha que disputar a visão com a maldita grua que ficava em frente a banda e nada de conseguir ver o Zeca Baleiro cantar. Mais raiva nesse momento. Antes do último bloco desisti de vez de assistir alguma coisa. Desci e fiquei lá na recepção com um outro amigo meu, que também não aguentou de dor na coluna e desistiu de assistir o programa.
Outro detalhe: ficávamos sob mira direta da segurança. Não podíamos sair. Não podíamos fazer nada. Só falavam para ficarmos ali dentro quietos. Sendo que a gravação era lá em cima. Quietos? Porque? Não entendi... O som por acaso de propaga no vácuo? Mas tudo bem. Cochilei na cadeira da sala de espera até acabar a gravação.
O pessoal desceu para pegar o "lanche" (pão com queijo e presunto, maçã, suquinho em caixinha e um bombom sonho de valsa - isso para a matar a fome do povo que estava lá desde as 14h até as 20h) dado pela produção. E lá estava novamente o produtor aos berros no microfone: "Pessoal, para o lado. Pessoal, vamos entrando. Pessoal, calem a boca. Pessoal... Pessoal...". Não aguentava mais ouvir ele falar "pessoal" como se fossemos um bando de criancinha de 5 anos de idade. Enfim nossa universidade foi chamada e pudemos entrar no ônibus. Enfim casa... Enfim acabou a tortura com a minha coluna.
Aí o professor vem e fala: "Em outubro teremos CQC... Quem vai?". Eu só gritei no ônibus: "Não é para sentar no chão de novo não né???? Porque se for... Estou fora!"
Sempre entrei na Globo do Rio tranquilamente. Claro que existem protocolos a serem seguidos, mas lá nos tratam como adultos e não um bando de crianças. Achei um excesso de metidez ao quadrado. Entre o Projac e a Globo SP posso dizer: nível Rio 100% melhor. Tanto em educação como nas orientações da produção. E ai digo, se o professor falar que teremos novamente Altas Horas só direi: Não obrigada. Prefiro ir ao Faustão (mesmo nem gostando do Domingão).
Pelo menos a visita ao Museu do Futebol, depois da tortura de andar horas procurando, porque nos indicaram errado, valeu a pena. Pronto... Estou sã e salva. No Rio...
Obs: Tenho recebido alguns e-mails sobre esse posts e gostaria de deixar algumas coisa claras:
Primeiro: EU AMO SÃO PAULO. Inclusive, mesmo sendo carioca tenho tatuado em minhas costas o prédio do Banespa e a palavra Sampa com orgulho!
Segundo: Não tenho nada contra paulistas ou paulistanos e não faço parte dessas rixas infantis.
Terceiro: A minha crítica foi particularmente direcionada a Rede Globo de televisão sede SP, e não contra os moradores e amigos que tenho na cidade.
Falando sobre os e-mails: Alguns acham que entrei na eterna rivalidade infantil que existe entre cariocas e paulistas. Estou fora disso. Só comentei que os grupos (caravanas) não são tão bem tratadas quanto pessoas que vão ao programa por si só. Me trataram como uma adolescente e sou uma mulher com mais de 30 anos e com orgulho de ser universitária. E achei, que infelizmente eles, sim não separaram a rixa entre RJ e SP e trataram todos como adolescentes inconsequentes. Não gostei e falei. E falo mesmo. E até se fosse no Rio e eu fosse tratada mal eu falaria também. Brinquei citando o programa do Faustão. Não é mil maravilhas lá não, mas pelo menos fui muito bem tratada, como uma adulta e não como criança. Espero ter sanado as dúvidas em geral.
7 comentários
É Tina depende. Eu em particular amo ir para São Paulo, mesmo que eu fosse para lá só para ficar no ônibus já estaria feliz. Respiro melhor, me sinto melhor, vivo melhor quando estou lá. Me sinto mais eu. Mas particularmente relativo ao programa, nesse programa eu não volto nunca mais. Prefiro andar horas como andei para ir no Museu do Futebol do que ir às gravações do Altas Horas novamente, rsss
Que coisa mais esquisita. Eu também já visitei todos os estúdios da Globo, em 2001 - na época que estudava no Unasp. Assisti o Jô e tudo mais... e fomos todos tratados de forma normal. Não teve nada dessa coisa de creche que vc mencionou. Será que não era o próprio comportamento do grupo que os levou a serem tratados como crianças? Ficou um tanto quanto suspeito, visto que já fui lá mais de uma vez.
Deb,
Pensei em tudo que poderia ter ocorrido. Eu fui com o grupo pela primeira vez. Mas a maioria dos alunos que estavam lá da minha faculdade já vão no Altas Horas há anos. Nosso professor leva todo ano. Me disseram que no ano passado não tinha isso de filinha e até na saída era diferente. O pessoal pegava o lanche e saia. Parece que a coisa toda mudou esse ano. O porque não sei.
Outra coisa, já fui ao programa do Jô, quando ainda nem era no estúdio 3 e fui muito bem tratada. Foi tudo normal, como vc citou. Acho que o problema foi a produção do Serginho, eles que não conseguiram separar universitários de adolescência. Fazer o que... Infelizmente me deixaram uma má impressão.
Que bobagem alguém achar que você está entrando na rivalidade entre RJ e SP com o texto desse post! Sou paulistano e não percebi o menor indício disso.
Está faltando na Globo uma visão mais global (trocadilho péssimo, mas inevitável) para com relação ao que agrega valor positivo ou negativo à sua imagem corporativa. Acho que quem esteve com você na gravação do "Altas Horas" ficou com a impressão de que a Globo é bem "menos" do que esperava.
Antes de tudo Anderson, obrigada pelo comentário...
Como eu falei, antes, até nos meus comentários. Obrigada por me entender. Eu mais que ninguém, sou uma carioca que ama SP. Meu problema foi exclusivamente com a produção do Altas Horas e com a Globo SP. Nada contra paulistas ou paulistanos. Mas infelizmente existem pessoas que acham que é NORMAL ter essa rivalidade. Mas se dependerem de mim estarão ferrados, pq amo SP e sempre irei amar!
E está certíssimo. Falta tato e visão globalizada. É como se eles não estivessem preparados para receber universitários acima dos 30 anos. Como falei, na Globo do Rio não senti esse tipo de problema, já em SP infelizmente sim. Fazer o que... Faz parte né... Ninguém, nem nada é perfeito =D
No que dependerem de mim, também estarão ferrados! Infelizmente só fui no Rio uma vez - no show dos Rolling Stones, em 2006 -, mas foi o suficiente para me apaixonar mais ainda pela cidade!
Sobre a Globo (e qualquer outra empresa/marca), é muito mais fácil as pessoas propagarem experiências negativas que positivas. Tem até uma proporção disso, pesquisas etc. Sem contar que mesmo os universitários com menos de 30 anos - ou com menos de 20 - já poderiam ser tratados como adultos! =P
Em tempo: me identifiquei com o seu "sou uma mulher com mais de 30 anos e com orgulho de ser universitária". Não é nem por ter 27 anos e ser universitário, mas porque estou pensando seriamente em largar esse curso que vou empurrando com a barriga (marketing) e começar outro que me deixe, com mais de 30 anos, orgulhoso em fazer!
Abraços, e valeu pela visita e comentário! =)
Isso mesmo Anderson! Orgulhe-se de tudo o que faz, independente da idade e exija respeito sempre =D Nós temos esse direito =D
Bem, pelo menos na Record-SP fui muito bem tratada, como adulta. O que não aconteceu com a poderosa Plim Plim. Mas fazer o que... Eles acham que podem tudo, quem sou eu para dizer que não...
Como falei, só não contem mais comigo por lá, rsss
P.S: Volte ao Rioooooooooo... Mas depois me leve para SP com vc rsss
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