quarta-feira, junho 17, 2009

Para Gilmar Mendes, Jornalista é igual cozinheiro e costureiro

STF derruba exigência do diploma para o exercício do Jornalismo


"Em julgamento realizado nesta quarta-feira (17/06), o Supremo Tribunal Federal deu provimento ao Recurso Extraordinário RE 511961, interposto pelo Sindicato das Empresas de Rádio e Televisão de São Paulo. Neste julgamento histórico, o TST pôs fim a uma conquista de 40 anos dos jornalistas e da sociedade brasileira, tornando não obrigatória a exigência de diploma para exercício da profissão."
Trecho do texto do site da FENAJ


Nesta quarta-feira às 15h29, o "senhor" ministro Gilmar Mendes, presidente do STF e relator do Recurso Extraordinário RE 511961, apresentou o conteúdo do processo encaminhado pelo Sindicato das Empresas de Rádio e Televisão de São Paulo e Ministério Público Federal contra a União. Teve como parte interessada a FENAJ e o Sindicato dos Jornalistas de São Paulo. Houve um intervalo na sessão após as manifestações dos representantes do Sindicato patronal e da Procuradoria Geral da República contra o diploma, e dos representantes das entidades dos trabalhadores (FENAJ e SJSP) e da Advocacia Geral da União.

Ao retornarem ao plenário, às 17h05, o "senhor" ministro Gilmar Mendes apresentou o relatório e votou pela inconstitucionalidade da exigência do diploma para o exercício profissional do Jornalismo. Em momento de pura falta de educação (e caráter – podendo-se dizer assim) ele associou a profissão de jornalista as atividades de culinária e corte e costura, para as quais não é exigido diploma (vou mandar a senhora mãe dele ir em uma favela as três horas da madrugada para cobrir uma invasão para ver se ela "precisa" ou não de diploma ¬¬)

Dos nove ministros presentes, sete acompanharam o voto do relator. O único que votou a favor do diploma foi o ministro Marco Aurélio. Guardem esse nome, pois esse senhor merece palmas!

O presidente da FENAJ, Sérgio Murillo de Andrade, ficou indignado com as manifestações dos ministros durante e votação e citou que foi um duro golpe a qualidade da informação jornalística e a organização de nossa categoria. Ele ainda completou dizendo que isso não vai fazer com que a movimentação sindical se acabe, pelo contrário, só a fortaleceu mais ainda. Agora mais que nunca temos que lutar por nossos direitos.

Nesta quinta-feira, a executiva da FENAJ se reunirá às 13h para traçar novas estratégias de luta.

A diretora da FENAJ e integrante da coordenação da Campanha em Defesa do Diploma, Valci Zuculoto, considerou a decisão do STF um retrocesso. Ela citou que mesmo na época da ditadura, nós os jornalistas demos mostra de resistência, e continuaremos a dar. Para ela, perdemos uma batalha, mas a luta pela qualidade da informação vai e dever continuar.

"A sociedade já disse, inclusive em pesquisas, que o diploma é necessário, só o STF não reconheceu isso"
Valci Zuculoto, diretora da FENAJ


Aí paro para analisar... Estamos nos matando de estudar para termos conteúdo, informações e técnica para analisar, buscar, pesquisar informações para sermos amputados desta forma? E quanto ao dinheiro gasto durante anos e anos a fio em mensalidades, materiais de estudo, projetos experimentais, viagens, seminários e cursos... Serão jogados no lixo? Por acaso o "senhor Ministro Gilmar Mendes" vai restituir financeiramente todos os estudantes de jornalismo do Brasil? E por fim... Quero ver a mãe, tia ou irmã, desses senhores que votaram contra o diploma, e que tenho certeza que sabem COZINHAR, CORTAR E COSTURAR, sair à cata de matérias jornalísticas em favelas, guerras, desastres naturais, etc. Mandem elas para lá, mandem... Quero ver se vão mandar!¬¬

5 comentários

Antenor Thomé disse...

Olá Ana,

A indignação é grande... Tanto que rendeu o maior post até hoje no meu blog, sai escrevendo que nem louco.
O duro é ouvir que isso é medo de gente que não tem competência!!! Vamos então caças todos os diplomas e vamos seguir nossas vocações e vontades, sem restrições. Sou louco para fazer trabalhos de arqueologia, quero também criar peças publicitárias e quem sabe um dia não fazer um projeto arquitetônico para um novo prédio em São Paulo.
Já que todos podem ser jornalistas, eu quero ter o direito de fazer o que todos fazem também..

Bjos

Unknown disse...

Concordo Anteninha...Sou apaixonada pelo Indiana Jones, vamos fazer Arqueologia juntos? Ou melhor, vamos logo abrindo um sítio arqueológico no nordeste sem pedir autorização. Afinal não precisamos de diploma para isso...

Ah, quem sabe também possamos ser adEvogados... Amo Direito... Mas posso também amar o Esquerdo, rss... Afinal, não precisamos de diploma ora!

Como falei no seu blog, não é porque alguém tem competência que não precise de estudo. Um bom formador de opinião é aquele que nunca se cansa de estudar, seja ele jornalista ou não.

Mas como decidi ser "Chef", acho que vou ter um programa na TV igual ao Gordon Ramsay, rsss e aí vou criar minha própria Cozinha Infernal !!!

Melhor de tudo: VOU SER 'PRESIDENTA' DO BRASIL. Já que o nosso presidente disse orgulhoso que o primeiro diploma dele foi de Presidente. Se até ele se ORGULHOU do diploma dele, porque nós, reles mortais não podemos nos orgulhar do nosso?

Anônimo disse...

Lamento, de coração, amiga.
Que decisão absurda viu.

Unknown disse...

Obrigada pela força Ju!!

Pedro disse...

Acho que o profissional de jornalismo deve ter um diploma pois, se com a exigência de diploma a qualidade da informação no Brasil é questionável, quem dirá sem essa exigência. Não obstante, o argumento apresentado é fraco. Realmente, para subir uma favela e relatar o que está acontecendo, não é necessário um diploma, mas sim coragem.

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