segunda-feira, novembro 09, 2009

Universitário: sinônimo de imaturidade (?)


Eu tinha prometido a mim mesma que não tocaria no assunto Geisy X UNIBAN. O assunto está por demais falado em todas as mídias, de todos os tipos, que chega a cansar de ler, ver e ouvir. Mas não é só da Geisy que irei falar, mas sim de universitários. O que eles devem ou não fazer? O que podem ou não usar? O que e quando podem falar?

Através dos tempos a vida universitária mudou e muito, mas até hoje ainda é tachada como um mundo de diversão onde a maior parte constituída por pós-adolescentes (isso mesmo, recém-saídos do ensino médio para mim ainda são imaturos). Todo mundo quando assisti a filmes, lêem livros e outras obras mais, vemos um estereótipo escrachado da vida universitária. Nessa visão deturpada, todo universitário tem que ser imaturo, infantil e ainda ser desculpados por seus erros. Isso é muito errado, e ruim.

Eu sou uma universitária. Entrei na faculdade quase aos 30 anos de idade, depois que vivi a vida profissional de todas as formas possíveis. Passei por diversos empregos que foram desde o magistrado até operadora de caixa. Não que meus pais não quisessem que eu, aos 17 anos quando me formei no antigo 2º grau, entrasse logo para uma universidade, mas sim porque eu não quis fazer algo que fosse definitivo quando em nem ao menos tinha completado 18 anos.

Acho que é por isso que acontece essa deturpação da imagem da vida universitária. Passei por duas diferentes, e em ambas os alunos sempre se vestiram como quiseram, e muitas mulheres com roupas mais chamativas que a da Geisy. Alunos vão para as aulas de chinelos, bermudas, camisetinhas e até descalços, e não vejo ninguém ser chamado atenção por conta disso, nem muito menos quase ser linchado.

Não venho aqui defender fulano ou beltrano, só acho que a imaturidade que infelizmente reina nas universidades é grande demais. Os jovens só querem saber de farras, festa, sexo e sacanagem. É raro ver algum deles dentro da sala de aula realmente querendo aprender alguma coisa. Sinto essa diferença quando tem alunos mais velhos em sala com alunos pós-adolescentes.

Na vida universitária tem de tudo: sexo, festa, zoação, roupas provocantes, em algumas até drogas. Isso também não é bonito, porém, sempre foi permitido. Qual jovem que vai preferir ficar horas sentado em uma cadeira ouvindo um bando de professores a estar no barzinho do outro lado da rua curtinho sua cerveja e mexendo com as meninas? Nenhum!

Universidade rola de tudo. Falta de educação, sensualidade, sexualidade, aprendizado, desaprendizado, romances e muitas outras coisas. Qual universidade que nunca teve um caso oficial (ou extra-oficial) de professores que tiveram romances com alunos? Qual a universidade que nunca teve problema com alunos drogados? Qual a universidade que nunca teve problemas com os trotes? Todas tiveram, e sempre terão.

Mas porque isso? Porque a maior parte do grupo de universitários é composto por jovens entre 17 e 25 que mal viveram a vida. Nunca trabalharam, nunca tiveram outras experiências de vida e a universidade acaba sendo o seu ponto de encontro, e despedida, da vida infantil para a vida adulta. Esse é um dos motivos por eu ser contra o ingresso na vida universitária logo ao final do ensino médio. Ninguém é maduro aos 18 anos.


Eu, quando entrei com 29, ainda não me sentia madura o suficiente, imagine essas crianças. Primeiro temos que viver, aprender, errar, para depois tomarmos decisões que serão definitivas. Primeiro temos que correr riscos e curtir os momentos para não atropelarmos os acontecimentos.

Uma vez fiz uma pesquisa para um trabalho acadêmico sobre os erros na escolha da carreira. Mais de 60% dos meus entrevistados (composto por jovens recém-universitários e adultos já atuantes no mercado de trabalho) afirmaram que se arrependeram, ou se arrependem da escolha que fizeram na carreira por conta do curso superior. Entre as pessoas que conversei, as mais maduras, 40% delas fizeram um segundo ou terceiro curso superior, por não ter sido aquele primeiro o que realmente queria.

Isso me levou a outras questões na pesquisa. Mas porque isso? Porque as escolhas erradas? Simples! Para eles (quando jovens), e hoje em dia ainda é assim, a universidade é sinônimo de diversão e rito de passagem. E quando se formam, mais a frente, se tornam profissionais frustrados, que cometem todo tipo de erro (porque na época de estudar só queriam zoar), acabam largando a carreira indesejada e recomeçando do zero em um novo curso.

A não ser que você estude em curso superior militares, no Brasil, não existe uniforme, decência ou maturidade na maior parte de nossos estudantes. Não existem regras do que usar e como se comportar, e mesmo se houvesse, jovem acha que regras foram feitas para serem quebradas. O que esperar de um garotada que mal acabou de sair da barra da saia da mãe e/ou do pai? Eles querem curtir, não estudar. Quanto mais barulho, mais confusão, melhor. Para eles, claro.

O que acho engraçado é que os que regem as instituições hoje, ontem estavam na mesma situação e vem com a hipocrisia de que aquilo que os jovens fazem é errado. Porque, se alguns anos atrás eram eles mesmos que estavam na mesma posição? Ou será que essa turma se esqueceu do Movimento Estudantil da década de 60, ou dos "caras pintadas" no início dos anos 90? Jovem acha que tudo o que quer vai conseguir no grito e ponto final. O adulto de hoje que nunca foi "rebelde" na vida levante a mão!

Se a Geisy errou ou não, o problema é dela. Conheço muitas que usam roupa pior que a dela dentro da sala de aula e fazem coisas muito piores, mas isso não é motivo para que nós, seres humanos, sejamos irracionais a ponto de querer linchar ou rotular qualquer um. Antes de jogar uma pedra no telhado dos outros, tome cuidado com o seu, porque ele pode de ser vidro.

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