domingo, abril 11, 2010

As crianças, os pais, a 'pulseira' e a sexualidade


A nova onda entre os pré-adolescentes e os adolescentes é usar um misto de pulseiras multicoloridas que tem conotação sexual. O debate já foi aberto em vários canais de mídias depois de agressões, e até um estupro, por conta dessa nova onda adolescente. Mas o que pouco pais sabem, principalmente aqueles marinhos de primeira viagem é que as crianças tem sexualidade aflorada e isso é normal, até certo ponto óbvio. Proibir ou reprimir muitas vezes é tão pior quanto liberar geral. Mas como conversar com seus filhos sobre essas mudanças normais da vida?

A febre das pulseirinhas coloridas do sexo começou na Inglaterra e chegou ao Brasil no ano passado. São feitas de silicone super fininhos e virou tipo uma brincadeira entre os adolescentes, principalmente a partir dos 11 anos. Cada cor representa uma intenção na 'conquista', ou seja, de acordo com os criadores, uma troca de favores 'sexuais'. As trocas vão de um simples beijo, do tipo 'estalinho' na boca até a penetração em uma relação sexual total.



O caso virou manchete dos jornais quando uma adolescente de 13, moradora de Londrina, no Paraná, foi estuprada e atribui o fato ao uso das pulseiras, de todas as cores, que exibia pelo braço nas ruas. Escolas, professores, pais, governantes, todos começaram um movimento incansante de proibição da pulseira nas ruas e nas escolas. Só que todos sabemos que, para os adolescentes principalmente, tudo o que é 'proibido' é muito mais gostoso, e prazeroso de fazer, só pelo fato de estar indo contra as regras impostas pelos pais.

Mas o segredo de conseguir alguma mudança no comportamento dos filhos, principalmente no quesito moda, é o bom e velho diálogo. Fazer o adolescente entender o que é e quais serão as consequências é bem mais correto do que sair proibindo qualquer ato que ele faça. Isso só trará muito mais dor de cabeça.

Não adianta colocarmos a culpa em pulseiras ou seja lá o que for. O mudo de hoje é erotizado e ponto final. O correto é prepararmos nossos filhos para conviver neste mundo de forma a ter consciência do que é certo e errado, e que assim, ele possa fazer suas escolhas com pleno conhecimento de todas as consequências que esse ato possa ter. Antigamente tínhamos o grupo do É o Tchan! que aparecia em todos os horários na televisão 'dançando na boquinha da garrafa'. E o pior, eram os pais achando 'bonitinho' a filhinha que 'imitava' a Carla Perez.


As músicas, novelas, filmes, pulseiras, internet e outras coisas mais, são meios que toda criança e adolescente sempre terá à sua volta falando de erotização e apelos sexuais, e elas deverão aprender a lidar com todas essas situações cada um a seu tempo. Tudo na vida tem um tempo para acontecer. Mas na maioria das vezes são os próprios pais, na maior parte as mães, que 'erotizam' e 'adultalizam' seu filhos antes do tempo.

Qual mãe não acha bonitinho sua filha com a roupinha da moda, toda maquiada, com unha pintada igual a dela? Cada dia mais é evidente menininhas usando saltos altos, caras pintadas, minissaias, tops e participando de concurso de beleza. Tudo isso faz com que ela se erotize mais cedo. Isso faz com que ela entre no mundo adulto antes da hora que deve entrar. Vale a pena lembrar sempre que cuidar, educar e proteger as crianças é um atributo dos pais. Eles devem orientá-la em cada fase da vida e não querer que elas pulem as etapas normais de crescimento. A responsabilidade é nossa! Só nossa.


Não podemos esquecer que criança é que nem papagaio: viu, ouviu. Copiou. Cabe a nós, responsáveis por elas decidir o que é permitir a ver e em que época isso pode ser permitido. Os limites devem ser impostos pelos pais. Hoje a maior parte desses pais estão mais preocupados em 'serem amigos' dos filhos do que responsáveis por eles. Está na hora de equilibrar esse jogo. Não é porque você impõe limites que você não poderá ter um relacionamento aberto com as crianças.

Cabe aos adultos limitar o caminho das crianças e dos adolescentes. Não podemos colocar a culpa nas pulseiras quando vemos milhares de crianças com menos de 13 anos com perfis no orkut da vida, expondo-se em fotos extremamente sensuais como se fossem adultos. Tudo isso porque os pais permitiram, ou se omitiram. Cuidar do seu filho, significa estar em alerta 24 horas por dia. Não se pode escolher se pai só meio período.


Está na hora dos pais pararem de culpas objetos e pessoas, e começarem a olhar para a própria criação com liberdade extrema que estão dando aos seus filhos dentro de casa. Criança e adolescente precisa de limite para poder enfrentar a vida adulta e ponto final. Se eles querem 'amigos' que vão procurar em outro lugar. Está mais que na hora dos pais do mundo inteiro voltarem a ser 'pais' e deixarem de ser 'amiguinhos' de seus filhos.

4 comentários

Unknown disse...

Olá Ana

seu post está bem apropriado e muito bem demonstrado quanto a nossa realidade. a famosa "pimenta nos olhos dos outros é refresco, só no meu que dói" também entra nessa história, as pessoas só se preocupam quando a coisa toda atinge a elas.

também acho que a questão das pulseiras é uma desculpa pra desmascarar uma realidade cada vez mais comum, as moças estão ficando com corpo de mulher cedo, estão se expondo mais e os rapazes estão se sentindo motivados mesmo a manter relações com estas meninas.

concordo com vc que o ideal é orientar do que proibir, pois proibi-se a pulseira e mantem-se outros erros não adianta, na realidade os pais não querem ter tanto trabalho, querem que a escola ensine e que as crianças aprendam por elas mesmas. instala-se aí o caos...

Um abraço :)

Unknown disse...

Isso Ana... Nós, pais e educadora, já fomos crianças, já fomos adolescentes, e mais que ninguém sabemos que tudo que é proibido aí sim fazemos.

O negócio é orientar e não proibir. Devemos tratar crianças como crianças. Certos estavam nossos avós que quando adultos conversavam numa sala, as crianças deviam se retirar. Assunto de adulto é de adulto e ponto final. Estamos dando 'liberdade' demais, com a desculpa de que 'não queremos repetir os erros de nossos pais'. Erros? Se formos pensar, não foram tantos assim, naquela época, crianças, eram apenas crianças. Hoje elas disputam com os adultos quem é o mais 'esperto'. Não gosto do rumo que esse mundo está seguindo...

#prontofalei

Anônimo disse...

Manu, existe uma palavra que hoje os pais tem medo de falar para os seus filhos, ela é tão simples e direta. Infelizmente a mídia e a pedagogia dizem que essa palavra pode causar constrangimento ou coisa pior. Eu sempre ouvi esa palavra e ela nunca acabo comigo.
Essa palavra tão simples é o NÃO!

Unknown disse...

Cidão concordo com vc. Temos que aprender a dizer NÃO. Mas uma coisa tenho que falar: EU NÃO SOU A MANU!!! haha

Beijos

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