terça-feira, maio 04, 2010

'Danese' e a evolução do Gospel brasileiro


Para deixar bem claro, antes que alguém pergunte: não sou evangélica, nem católica, nem qualquer outra religião que seja. Dúvidas sobre minhas crenças leia esse meu post sobre Fé. Bem, continuando... A música popular brasileira se divide em muita tangentes que vai do regional ao rock, entre outras similaridades. Com inspiração de artistas internacionais o estilo musical do brasileiro foi se modificando com o tempo e ganhando espaço nas rádios, na televisão e no coração de cada um.

Temos estilos para lá de diferentes. Uns preferem rock, outros uma balada MPB, existem aqueles que se adaptam melhor ouvindo axé, sertanejo, funk, samba, pagode, romântica, bossa nova, entre outros milhares de estilos musicais. Mas um deles, em particular, nunca foi do gosto popular, nem conseguia espaço na mídia, principalmente nas rádios e na televisão. Mas isso tem mudado com o passar dos anos e principalmente com um intérprete em especial. O nome dele? Fácil de lembrar, muito difícil de esquecer: Regis Danese. Que passou por vários estilos diferentes ao longo da carreira, do sertanejo ao pagode, e hoje, conseguiu o sucesso através do louvor a Deus.


A música religiosa, seja ela de que segmento for nunca foi muito divulgada fora das congregações onde entoam e acompanham os cultos. E também não é algo desconhecido dos grandes cantores, vide Padre Zezinho, que desde 1969 embala vários fiéis nas Igrejas católicas pelo Brasil. Seu exemplo tem sido seguido por vários outros párocos, como os Padres Marcelo Rossi, Antônio Maria e Fábio de Melo. Mas um estilo musical que é de grande sucesso, e espaço na mídia, nos EUA, que é o Gospel, direcionado principalmente para às músicas do segmento protestante, aqui só conseguia espaço dentro das Igrejas Evangélicas. Mas esse cenário mudou.

Não é de hoje que muitas pessoas que não são protestantes escutam músicas desse segmento religioso específico, mas somente com o boom de um grande cantor chamado Regis Danese, é que esse estilo musical, amado e premiado internacionalmente, conseguiu agradar os evangélicos ou não em termos de gosto musical. Hoje, é comum ouvirmos em grandes rádios FM, que até pouco tempo escolhiam um tipo de segmento para tocar, soar incansavelmente a canção 'Faz um Milagre em Mim'.


Mas não foi ele quem começou esse movimento na música Gospel brasileira. Vários outros artistas estão nessa estrada faz tempo. Mas foi Danese quem abriu as portas desse estilo musical para àqueles que estão do lado de fora da congregação evangélica. Exaltado por fiéis e fãs de outras religiões, o cantor abriu espaço para antigos e novos artistas do estilo Gospel, deixando também o caminho aberto para críticos, gravadoras e fãs de musicas religiosas em geral. O mercado vem se abrindo e deixando de ser exclusivo para ser musical. Ou seja, as pessoas hoje em dia não querem saber se uma música é religiosa ou não, se tem uma letra boa, melodia e arranjo agradável ela conquista e ponto final.

O sucesso de Danese foi tão grande que ele trocou sua gravadora, inicialmente uma especializada só em música Gospel – a Line Records, pela poderosa Som Livre, da rede Globo de produções. Esse é um grande passo para um artista que até então só tinha suas músicas tocadas e ouvidas no âmbito fechado de cada congregação. Isso abre um precedente na música brasileira para muitos outros compositores do estilo religioso, seja ela evangélica ou não. Regis, já conseguiu, inclusive, reconhecimento internacional, sendo um dos indicados ao Grammy Latino (o maio prêmio da música) de Melhor Álbum Cristão em Português no ano passado.


Independente de gostarmos desse estilo musical ou não, devemos ficar orgulhosos que nós, povo brasileiro, estamos dando valor a prata da casa (como diria minha professora, Alice Selles). Dar valor ao bons cantores e compositores brasileiros é uma obrigação nossa, independente de que estilo musical ele venha cantar. Devemos ter orgulho, quando um dos nossos é reconhecido não só em nível nacional, como em nível internacional. Isso só acrescenta que, independente do estilo musical que alguém curta ou cante, o importante é ter talento, pois quem o tem, se mantém no topo da qualidade, independente do tipo de música que cantar.

*Imagens retiradas da Internet.

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