terça-feira, julho 13, 2010

Temas repetitivos sempre viram assuntos banais


Porque comecei meu post com essa frase? Simples... Porque estou começando a ficar irritada com algumas coisas que ando vendo na blogosfera. Podem me chamar de chata, de antiquada (afinal estou nisso há 10 anos) ou seja lá o que for. Mas tem uma hora em que as pessoas martelam tanto um assunto na cabeça dos outros que ele fica massante, cansativo, chato e acaba perdendo todo o sentido original que pretendia passar para os outros.

Mas tudo isso me leva onde nesse papo doido? Bem, de uns tempos para cá tenho lido tantos sites e blogs que comentam sobre o tema 'como ser blogueiro', 'como virar blogueiro em 10 passos', 'faça curso de blogs', e outros mais que, além de cansar, está fazendo com que a blogosfera fique lotada daquele blog do tipo 'fogo de palha' (começa hoje, abandona amanhã), sem conteúdo, sem interesse e, muitas vezes sem relevância.

E não fica só nesse tema. Eu, como gordinha assumida que sou (e me amo desse jeitinho) sempre fui a favor de defender meu direito de ter o meu 'próprio padrão de beleza' e criar a 'minha moda'. Nunca fiz sites ou blogs de nicho específico porque já haviam alguns que rolavam pela rede. Mas agora também está demais. Tudo é sobre 'contra ou a favor', grupos radicais em defesa da magreza ou da gordurinha fora do lugar. Tudo 'demais'. Tão demais que se perde no assunto e começam a falar sobre o mesmo tópico o tempo todo. Ficaram parecidos como os dos pro-bloggers. Um só tema, visões diferentes, assunto para lá de batido, conteúdo decaindo e apologias extremistas demais.

Acho que na vida tudo que é bom deve ser na medida certa. Todo assunto deve ser debatido até se ter um entendimento e não ficar 'socando' de uma só vez, várias opiniões diferenciadas (muitas até sem lógica ou por pura 'paixão') que acabam deixando os que lêem sem opções de escolha. O livre-arbítrio é algo muito importante, mas que poucos dão valor, pois ao massificar um tema na sua cabeça, na maioria das vezes você acaba ficando 'contra ou a favor' do mesmo e acabando virando defensor de algo que no fundo você nem dá tanta importância assim.

Eu percebi isso quando lia (e defendia cegamente) sobre o tema 'plágio', 'cópias', 'autoral', 'direitos de propriedade'... Era sempre todo mundo em massa falando sobre um tema que acabamos indo no mesmo barco do consentimento sem ao menos saber se realmente sabemos (ou concordamos) se isso é o que pensamos ou não. Agora estou percebendo isso nessa mania de 'culto à gordura'. Que os gordos tem que ser como são, que eles podem e devem ser respeitados (e tolerados), que eles isso, eles aquilo etc. Acho que o importante é ser saudável, seja você gordo ou magro e ponto final!


Sempre fui obesa. Nunca me conheci em outra forma física e nunca quis ficar magra (olha que já fiquei e não gostei). Gosto de mim como sou e demorei muito a me aceitar assim. Mas não posso obrigar a sociedade a me aceitar. Porque eu, Ana Magal, vou além do meu físico, vou além daquilo que as pessoas vêem.  Sou diferente como qualquer pessoa, tenho pensamentos, opiniões, decisões, informações, medos e frustrações. E a maior parte dessas diferenças não estão ligadas ao meu excesso de peso.

Ninguém tem que 'aceitar' o gordo ou respeitá-lo porque ele é 'gordo'. Devemos respeitar assim como respeitamos pessoas de qualquer tamanho de corpo, cor de pele, religião. Devemos respeitar o ser humano e não obrigá-lo a tolerar algo que não gosta. Ninguém gosta da mesma coisa. Não é porque o chocolate é gostoso que todas as pessoas gostam de (ou podem) comê-lo. E isso não fica só nessa mania de 'corpo ideal', 'ser aceito pela sociedade', etc. Em tudo temos problema de aceitação, de julgamentos.

Agora a mania da vez em 'enfiar' na cabeça dos outros as opiniões pessoais (atenção para o 'pessoais – íntimos – e intransferível') sobre a Lei Maria da Penha, maridos que batem em mulher e todas as consequências. Eu penso de uma forma, meu vizinho pensa de outra. e você que está me lendo tem outro pensamento. Direito de cada um. Não cabe ninguém julgar, condenar, seja o tal do Bruno, do João, do José, da Maria, da Elisa, da Rosa, da Patrícia e quem mais for. Quem tem que mudar são os seres humanos e não as Leis que os regem. Viver em sociedade é viver em eterna disputa de quem tem mais poder (de quê ainda não sei).

Homem querendo ser melhor que o outro. Mulher querendo ser melhor que os homens. Filhos querendo ser adultos mais cedo. Adultos querendo voltar a ser crianças. Magros querendo ser mais gordos. Gordos querendo ser mais magros e por aí vai. Viver em sociedade é viver num palco espelhado onde o reflexo daquele ao seu lado, querendo ou não, vai te incomodar, te influenciar ou até de frustrar. O importante é o que iremos saber fazer com isso.

Quantas 'Elisas' mais temos por aí que são mortas todos os dias e ninguém sabe, a mídia não comenta, ninguém nem ouve falar, a polícia nem liga. Tudo isso só porque o suposto assassino (não acuso por ele ainda não foi julgado e nem condenado, até lá, todo mundo é inocente até que prove o contrário) é uma 'celebridade'.


No mundo atual onde todo mundo hoje é 'celebridade de 15 minutos' onde vamos parar? Não me interessa se o preguiçoso ali do lado sabe ou não fazer um blog (aprendi que os bons sobrevivem – cito Dicas Blogger, Compulsivo, Icebreak, entre outros); não me interessa se hoje gorda não é mais gorda é sim 'plus size' (nome chique e besta – sou gorda, obesa e ponto final) e deixamos de ser o 'patinho feio' para ser 'objeto sexual' (é, porque agora somos fetiche de muitos homens, só porque ficam dizendo em blogs que as gordinhas 'são mais quentes na cama' – todos agora querem provar – se antes éramos tratadas como lixo agora está pior); não estou nem aí para o que cada um pensa sobre o porquê o tal Bruno matou a tal Elisa, e se ela era prostituta ou atriz de filme pornô, a vida era de cada um deles e eles faziam dela o que quisessem com seus 15 minutos de fama (pelo menos ela será lembrada e justiçada, enquanto milhares de outras mulheres nem respostas para seus assassinatos - e violência diária - terão)...

Tanta coisa mais importante para discutirmos. Chuvas, enchentes, desabrigados no Brasil todo. Primeiro no Rio, depois no Sul, agora no Nordeste... Fome, corrupção, abandono, desemprego, guerras... E todos nós perdendo tempo com temas do tipo 'quem será o próximo ganhador do BBB' e coisas parecidas... Que tal começarmos a olhar para aquela pessoa que anda ao nosso lado no ônibus, na fila do banco, do supermercado... Eles merecem muito mais nossa atenção do que 'famosos de 15 minutos', 'padrões estéticos de beleza social' e 'egos inflamados' em um ambiente virtual onde a mais da metade do mundo nem sabe que você existe...

Uma coisa aprendi, com certeza na blogosfera em mais de 10 anos... 'Pensar' nunca foi, e nunca será, sinônimo de 'evolução'...


2 comentários

Josy disse...

Aninha, você disse tudo o que penso e quase com as mesmas palavras. Hoje mesmo desabafei no twitter sobre isso. Estou ENJOADA dos mesmos assuntos. Ninguém merece. Agora, não sabia dessa das gordinhas serem mais quentes kkkkkk Apesar de que concordo, mas... não deixo ninguém me "experimentar". Sou eu que decido se o parceiro vale a pena ou não, mesmo que, aparentemente, pois decepções fazem parte da vida. Mas que ela é bonita, é bonita e é bonita, ela é! beijos!!!

Unknown disse...

Concordo com você em alguns pontos, mas fico aqui pensando que eu no seu lugar, com 10 anos de blogosfera realmente fica muito dificil aparecer alguma coisa realmente nova que você não tenha visto ou ouvido falar, até porque nós sociedade continuamos com os mesmos problemas e com as mesmas manias de debater sobre eles. Até aí tudo normal.

O problema pior que vejo é esta banalização dessas idéias, por exemplo fazer piada sobre o crime do bruno, muita gente ajudando a espalhar estas coisas, mas fico pensando se fazem estas coisas só porque todo mundo faz ou se realmente acreditam nisso? Creio que se somos dotados de racionalidade e vivências pessoais é pra pegarmos os fatos e analisar, tomar nossas próprias decisões e ter nossas próprias opiniões sobre as coisas, mas muita gente desperdiça esta oportunidade se valendo da teoria “Maria vai com as outras”.

Cada um tem que ter o direito de ter seu ponto de vista e ser respeitado por ele, desde que não seja em desacordo com a lei e com os valores morais de nossa família e nossa sociedade, mas essa liberdade de opinar só tem quem faz uso dela.

Um abraço :)

@anakint

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