sábado, dezembro 11, 2010

Cansei dos 'mas' em minha vida... On e Offline

Tem muita gente querendo ser o que não é

Não é de hoje que venho me sentindo um tanto ignorada. Não falo como pessoa em si, mas sim como mulher. Eu já tinha começado a pensar neste post quando ao ler meus feeds agora a noite ainda me deparei com o post do Marcel, do blog Cadê Meu Dorflex, que exemplificou muito bem esse meu sentimento de ignorância ao pé da letra.

Marcel fala, no texto 'A Internet está com azia', sobre o distanciamento que estamos tendo em relação a nós mesmos. As relações não são mais as mesmas, quando andamos 'conversando' digitalmente com pessoas que estão ao nosso lado no mesmo ambiente. E tudo isso é verdade.

Seja em escritórios, em casa e até nos bares preferimos conversar com as pessoas ao nosso lado através de computadores, notebooks e smartphones do que nos virarmos para elas e dizer um simples 'oi'. Amigos andam se distanciando dos amigos, namorados de suas namoradas, maridos de suas esposas e por aí vai.

Sei que eu deveria ser a última pessoa do mundo a reclamar desse tipo de relação já que sobrevivo financeiramente dela, mas 'trabalhar com' e me 'relacionar com' são duas coisas completamente diferentes. Adoro saber que fiz um amigo que mora a milhões de quilômetros de mim do outro lado do mundo, mas gosto mais ainda de saber que um dia, quem sabe, poderei conhecê-lo pessoalmente. Claro que gosto de flertar na internet, mas daí a preferir fazer 'sexo virtual' ou 'real' com alguém que gosto, nem penso em duas vezes em optar pelo bom e velho tradicional.

"A forma como as pessoas se relacionam mudou de forma dramática. Para o bem, aproximando pessoas que moram longe. E para o mal, distanciando pessoas que moram perto. Existe uma relação clara de inversão nos relacionamentos por conta da Internet." (Blog 'Cadê meu Dorflex' – Marcel)

Ou então ser igual a todo mundo perdendo sua própria identidade

Uma das coisas que andam mais me irritante são os famosos 'mas' que recebo. Sejam eles em âmbito profissional e principalmente no lado pessoal. Todos nós gostamos de elogios, óbvio. Quem disse que não gosta está mentindo descaradamente. Gostamos de ter nosso 'ego' lavado de vez em quando. Porém, gostamos quando esses elogios vem de forma natural e verdadeira. E a coisa que mais incomoda é quando não estão afim de ter nenhum tipo de relação com você, seja pessoal ou profissional, e começam a rasgar elogios como se fossem jornal velho para depois finalizar covardemente a sentença com o irritante 'mas'.

Pior que percebemos quando o 'mas' naquela relação vem. Mas hoje em dia, com essa inversão de interpretação nas relações sociais estamos tendo uma dificuldade incrível de diferenciar qual o elogio deve ser bem aceito e qual o deve ser cortado e toma-lhe mais 'mas' pela cara. Começamos a aceitar todas essas reticências negativas dos 'mas' da vida porque nos sentimentos abandonados, solitários, carentes de afeto presencial.

Tudo se tornou tão virtual que preferimos que nos achem apenas 'inteligentes, admiráveis, legais, maravilhosos etc' e nem ligamos mais para os complementos, que na maioria das vezes vem seguido por 'mas você não combina comigo, mas você não é o que eu pensei, mas você vai encontrar alguém legal na sua vida, mas você não faz esse tipo de serviço, mas você não pode cobrar mais barato' e por aí vão os 'mas'.


"Essa mudança na forma de se relacionar transformou as pessoas em anagramas de si mesmos. Ninguém é um só, não há nada mais que defina aquela pessoa. Não há uma molécula formada, agora todos somos um monte de átomos espalhados. Essa ânsia por ser alguém, ou não ser ninguém, faz com que as pessoas externem uma pequena fração do que elas são de verdade. A única informação verdadeira é o próprio CPF. O resto, um baile de máscaras." (Blog 'Cadê meu Dorflex' – Marcel)

E andamos aceitando todos essas reticências em tom de censura sobre quem somos e o que fazemos justamente por estamos vivendo num mundo onde o mais importante agora é 'fazer parte de'. Se não estamos inseridos, pertencentes por inteiros de algum grupo em particular na infinita rede da Internet, somos os 'excluídos', os rejeitados. Somos todos e não somos nenhum. Aceitamos migalhas de nós mesmos para nos sentimos falsamente amados ou pertencentes à alguém ou algum lugar. Isso, ao meu ver, é cansativo e inaceitável.


Cansei! Cansei de ouvir 'mas'. Cansei de ter que aceitar esses falsos completos fonéticos em frases feitas de caminhão para melhorar o ego alheio. Eu também sinto, eu também quero e não vou me vender por migalhas de sentimentos nem real, nem virtualmente falando. Se alguém me acha tão espetacular assim como profissional, 'mas' sempre tem um 'mas' para inserir na frase para dizer que 'não quer meus serviços', não enrole e não me faça perder meu tempo, diga de uma vez. Se alguém está em uma relação pessoal comigo, seja ela qual for e já começar o relacionamento sabendo que não tem futuro e virão outros mais 'mas', não deixo-os vir, diga logo de cara o que pensa, quer e sente.

Portanto, não aceito mais 'mas' de ninguém. Nem na vida off quanto na online. Se tem algo a dizer, diga logo. Não enrole. Se você quer algo de alguém não se esmole para 'pertencer à'. Ninguém pertence a ninguém ou a lugar nenhum. Você é o que você quer ser e não é preciso a aprovação de ninguém ou muito menos aceitação, para que o que você já é seja perfeito. Ninguém é perfeito, nem off nem online.



2 comentários

Unknown disse...

Olá Ana

Muito bom o seu artigo, sem nenhum "mas" no meio.

Acho que algumas pessoas valorizam demais as relações virtuais em detrimento das reais, já vi gente dizer "prefiro meus amigos virtuais", mas como você mesmo citou o grande risco disso é que os virtuais preferem o nosso lado mais perfeitinho, aquela pessoa super genial, famosa, extrovertida por isso tem tanta gente buscando atender essas expectativas ra ser aceito.

Sou muito seletiva tanto no virtual quanto fora dele, meu grupo de amigos sempre foi pequeno porque sempre optei por pessoas que me aceitassem do jeito que sou e não do jeito que elas queriam que eu fosse.

Acredito que aundo gostamos ou amamos alguém podemos mudar um pouco sim, mas desde que seja recíproco, desde que o outro lado também ceda um pouco assim como você afim de juntos chegar não ao ideal de cada um, mas diminuir ao máximo os conlitos que desgastam a relação.

Não fomos educados pra ser sinceros né Ana? Desde criança que aprendemos que é feio dizer a verdade, indiscrição e falta de educação, quase ninguém vê com bons olhos alguém que fala tudo que pensa, é por isso que existe os "mas" que você ouve por aí.

Já ouvi muito "mas" na vida também, mas parei de esperar das pessoas aquilo que elas não querem ou não podem dar, tento dar na mesma proporção que recebo e aceito o que elas tiverem de bom pra me dar, ainda que seja uma migalha de carinho e atenção, mas se for sincero tá vaendo pra mim.

Ou me acostumei com as migalhas ou fiquei mesmo bem menos exigente, rs

Valeu pela reflexão!

bjs

@anakint

Unknown disse...

Ah lembrei de um "mas" bem engraçado que li e nunca mais esqueci:

"Ana, seu blog é excelente, mas é no blogger"

Fiquei triste na hora, mas depois dei muita risada, tá vendo? por causa de uma plataforma meu blog perdeu muito do seu valor, rs

@anakint

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