PMs pensam que são Assistentes Sociais no Rio e viram 'Robin Hood' criticando serviço de outro setor

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Acabei de assistir o RJTV primeira edição da Globo onde a âncora do programa, Ana Paula Araújo, fez uma chamada 'dramática' afirmando que o Rio de Janeiro abandonou um idoso que precisava de ajuda na madrugada carioca. Assim que começou a reportagem comentei com minha mãe que esses PMs estavam querendo é aparecer e que não tinha entendido a ênfase dada por Ana Paula em relação aos abrigos.

Mal ela começou a contar a história já falei: 'porque diabos não levaram ele no mesmo instante para o hospital mais próximo?'. O drama o idoso se deu quando ele, provavelmente portador de Alzheimer, ficou vagando pelas ruas cariocas sem destino até que entrou no túnel que corta uma parte do centro da cidade e sai bem atrás da Praça da Apoteose. Os policiais foram chamados e ao abordarem o idoso perceberam que ele estava com falta de memória, ou seja, não sabia nem o próprio nome. Ao invés de revistarem o idoso em busca de uma identificação na mesma hora, entraram em contato com a delegacia que mandou eles 'catarem' um abrigo para ele ficar.

Ora bolas! Não se deram o trabalho nem de revistar o coitado do senhor para saber seu nome. E 'seguindo o conselho' da delegacia começaram uma via crucis de abrigo em abrigo pela cidade (claro, sempre recebendo 'não') para encontrar um lugar para ele ficar. Primeiro: ele precisava de atendimento médico! Porque não o levaram para um hospital? Afinal uma pessoa que está claramente sem memória já está dando sinais de que não está bem de saúde, correto? Não. Resolveram 'passear' pela cidade e tentar 'limpar' a imagem suja da polícia (que não anda muito bem entre os cariocas), se passando por bons samaritanos, mas fazendo tudo errado.

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Senhor Antônio Peranci só recebeu
atendimento médico às 9h da manhã

Entraram em contato com a imprensa (especialmente falando, com a Globo) para contar o caso. Foram em abrigos onde todos que trabalham em setores públicos sabem que não iriam receber o idoso: um abrigo exclusivo de adolescentes em Bonsucesso, um exclusivo só de senhoras idosas no Catete, e assim por diante. Mas esse erro todo porque? Simplesmente porque quiseram se passar de 'bons moços' e fazer um serviço que não lhes pertence. Quem deve encaminhar para um abrigo são os Assistentes Sociais, que são profissionais formados e treinados para saber para qual local esse idoso poderia ser aceito até que sua família fosse encontrada.

Depois de ter virado a noite catando um canto e tentando colocar a culpa nos abrigos a cada 'não' recebido, os PMs, enfim, resolveram seguir com ele para o Hospital Souza Aguiar, onde o idoso foi atendido e constatado ainda que ele estava com pressão alta. Foi medicado e orientado que os policiais deveriam ter procurado primeiramente o hospital e o setor de Assistência Social (o que é que eu tinha falado??? ¬¬). Somente no hospital é que o idoso foi ser revistado e descobriram que ele tinha uma identidade e um cartão da Santa Casa da Misericórdia, onde mostrava que ele tinha ido a uma consulta médica.

Acompanhe o vídeo da reportagem e veja o tom dado pela âncora e contradição no final, quando é afirmado que os PMs deveriam ter procurado a Assistência Social de um hospital

Se os policias tivesse feito o que é da alçada deles desde o início, levado o idoso para o hospital diretamente ainda no início da noite anterior, ele poderia ter passado a noite em casa depois de medicado. Enquanto isso, na zona norte do Rio, motoristas estão sendo assaltados diariamente com um 'arrastão' no sinal de trânsito. Tudo isso porque eles estão querendo se passar por profissional que não é. Assistentes Sociais estudam e muito para auxiliar essas pessoas, então por favor, senhores policiais e Ana Paula Araújo, não dêem ênfase de algo errado com o 'sistema' sendo que ele não foi nem acionado de forma correta. É muito fácil criticar algo quando você não usou como errado.

E aproveito para dar os parabéns sempre aos Assistentes Sociais cariocas que fazem um ótimo trabalho aqui no Rio, mesmo com falta de acesso e um sistema público cheio de falhas. E para a polícia militar carioca: por favor, vão para as ruas cuidar de nossa segurança e não dar uma de Robin Hood, roubando serviço dos outros setores públicos para se passarem por mocinhos da história. Assim é muito fácil 'ser amado' pela população né?