terça-feira, julho 11, 2006

Um período termina...e pronta pro recomeço!

Uffa...o período de medo e transtorno acabou. Terminei mais um período da faculdade e graças a Deus passei...Pensei que ficaria em uma matéria mas peguei a nota agora a pouco e tirei 8 e precisava de 4...uffa...menos uma.

O restante vai andando, só não descobri ainda para onde. Vidinha social começando a agitar. Novos caminhos e visões no campo profissional que estão me deixando muito, muito feliz mesmo. O coração...ah o coração continua perdido e de férias.

O restante vai se arrastando. Saudade do meu cantinho. Saudade de alguns amigos virtuais. Saudade de tanta coisa...


A gente vai ficando mais velho vai ficando meio bobo...(só rindo).



Complexo de Pagu?!?!?



E para me manter em dia com minhas mensagens lá vai um depoimento de minha "musa" Rita Lee:

"Eu tinha 13 anos, em Fortaleza, quando ouvi gritos de pavor. Vinham da vizinhança, da casa de Bete, mocinha linda, que usava tranças. Levei apenas uma hora para saber o motivo. Bete fora acusada de não ser mais virgem e os irmãos asubjugavam em cima de sua estreita cama de solteira, para que o médico da família lhe enfiasse a mão enluvada entre as pernas e decretasse se tinha ou não o selo da honra. Como o lacre continuava lá, os pais respiraram, mas a Bete nunca mais foi à janela, nunca mais dançou nos bailes e acabou fugindo para o Piauí, ninguém sabe como, nem com quem.

Eu tinha apenas 14 anos, quando Maria Lúci a tentou escapar, saltando o muro alto do quintal da sua casapara se encontrar com o namorado. Agarrada pelos cabelos e dominada, não conseguiu passar no exame ginecológico. O laudo médico registrou vestígios himenais dilacerados, e os pais internaram a pecadora no reformatório Bom Pastor, para se esquecer do mundo. Realmente; esqueceu, morrendo tuberculosa.

Estes episódios marcaram para sempre e a minha consciência e me fizeram perguntar que poder é esse que a família e os homens têm sobre o corpo das mulheres?

Ontem, para mutilar, amordaçar, silenciar. Hoje, para manipular, moldar, escravizar a os estereótipos. Todos vimos, na televisão, modelos torturados por seguidas cirurgias plásticas. Transformaram seus seios em alegorias para entrar na moda da peitaria robusta das norte americanas. Entupi ram as nádegas de silicone para se tornarem rebolativas e sensuais, garantindo bom sucesso naspassarelas do samba. Substituíram os narizes, desviaram costas, mudaram o traçado do dorso para se adaptarem à moda do momento e ficarem irresistíveis diante dos homens.

E, com isso, Barbies de facaria, provocaram em muitas outras mulheres - as baixinhas, as gordas, as de óculos - um sentimento de perda de auto-estima. Isso exatamente no momento em que a maioria de estudantes universitários (56%) é composta de moças. Em que mulheres se afirmam na magistratura, na pesquisa científica, na política, no jornalismo. E, no momento em que as pioneiras do feminismo passam a defender a teoria de que é preciso feminilizar o mundo e torná-lo ma is distante da barbárie mercantilista emais próximo do humanismo. Por mim, acho que só as mulheres podem desarmar a sociedade. Até porque elas são desarmadas pela própria natureza. Nascem sem pênis, sem o poder fálico da penetração e do estupro, tão bem representado por pistolas, revólveres, flechas, espadas e punhais. Ninguém diz, de uma mulher, que ela é de espadas. Ninguém lhe dá, na primeira infância, um fuzil de plástico, como fazem com os meninos, para fortalecer sua virilidade e violência.

As mulheres detestam o sangue, até mesmo porque têm que derramá-lo na menstruação ou no parto. Odeiam as guerras, os exércitos regulares ou as gangues urbanas, porque lhes tiram os filhos de sua convivência e os colocam na marginalidade, nainsegurança e na violência. É preciso voltar os olhos para a população feminina como a grande articuladora da paz.

E para começar, queremos pregar o respeito ao corpo da mulher. Respeito às suas pernas que têm varizes porque carregam lata s d'água e trouxas de roupa.

Respeito aos seus seios que perderam a firmeza porque amamentaram seus filhos ao longo dos anos.Respeito ao seu dorso que engrossou, porque elas carregam o país nas costas.

São a s mulheres que irão impor um adeus às armas, quando forem ouvidas e valorizadas e puderem fazer prevalecer à ternura de suas mentes e a doçura de seus corações.

"Nem toda feiticeira é corcunda. Nem toda brasileira é só bunda."

Rita Lee"

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