domingo, novembro 13, 2011

O ‘povão’ do Orkut e a ‘elite’ do Facebook: briga eterna


Estava eu esses dias lendo o blog do meu caro colega Renê Fraga, que admiro bastante, o Google Discovery, e me deparei com um maior bate-boca em torno das novidades lançadas nos últimos dias pelo Orkut. Entre ofensas e dissabores da turma do deixa-disso, alguns tinham razão, outros não.

Antes de qualquer coisa devemos lembrar que muito antes de existir Facebook, Google+ e todas essas redes similares, os serviços de comunicação social através da web já existiam faz tempo. Hoje, parece ser coisa de outro mundo, mas há 16 anos o boom da internet era bater papo em um certo programinha batizado de mIRC. Depois deles vieram os famosos chats de grandes portais existentes até ou já enterrados na memória como IG, UOL, AOL, Yahoo etc. Ou seja, não é de hoje que esse debate do que é velho ou novo, bom ou ruim, ‘povão’ ou ‘elite’ é debatido na web.

O termo, odiados por uns e aclamado por outros, ‘orkutização’, gera polêmica toda vez que é mencionado nos papos on-line. Os defensores da rede brigam para manter a imagem de ‘queridinho do Brasil’ e outros que já migraram para outras plataformas como Facebook e Google+, se acham no direito de criticar de algo que já usaram no passado.

A conotação negativa que o termo ‘orkutização’ tem é de cunho social. Ele enfatiza o que seria estipular um serviço popular, ou seja, do ‘povão’. Quando falamos em ‘povão’ automaticamente ligamos isso a pessoas de baixa renda e generalizamos como se todos fossem sem classe e educação, erroneamente, claro. Nem todos que tem renda baixa é mal educado e se comporta de forma ridícula. Já vi muito filhinho de papai mimado, cheio do dinheiro cometendo gafes terríveis on-line.

Assim como existem pessoas sem compostura no Orkut também existe no Facebook, Twitter e outras redes populares da atualidade. Comportamento e educação não depende de condição financeira ou status social da vida real e sim do caráter de cada um. O Orkut se tornou 'povão’ porque tem uma linguagem mais simplificada o que atrai, sim, as pessoas com menos instrução educacional. Além disso, existem ferramentas nele que não existem em outras redes, isso faz dele o sucesso que é até hoje, como as comunidades, por exemplo, que é seu grande diferencial.


Ideia essa, que não podemos negar, tentou ser copiada pelo pai do Facebook. Mark Zuckerberg tentou inventar uma forma de popularizar sua ferramenta ao criar os grupos de discussão no face, porém, não tem o mesmo sucesso e popularidade que no Orkut, pois o que diferencia o gosto do público é a linguagem utilizada. O Orkut usa uma forma de ‘conversar’ com seu público mais simples, enquanto o Facebook torna seus serviços cada vez mais profissionais, afastando assim, por exemplo, os mais jovens, que buscam na internet diversão e não obrigação.

O bom é lembrar que antes mesmo do Orkut existir, e durante sua aparição inicial, existiram outros serviços que tentaram durantes anos desbanca-lo, em vão. Serviços esses que muitos de nós usamos, como o falecido Gazzag (que depois virou Octopop), Beltrano, Tagged, Hi5, Badoo, entre outras, e que quando o Orkut apareceu todos deixamos de lado para ‘entrar na moda’ e em muitas vezes criticamos essas redes da mesma forma que criticamos o Orkut hoje.

A conclusão que eu chego é de que a cada nova rede social que aparece na web a tendência é criticarmos as anteriores, isso não vai mudar. Claro que Orkut teve problemas, mesmo antes dele pertencer ao grupo Google ele já tinha algumas limitações, mas isso não quer dizer que lá vive a escória do mundo. Afinal devemos lembrar que nós já usamos e se você critica quem usa deveria um pouco se olhar no espelho. Também concordo que a Google poderia ter investido mais no Orkut, que já tem força considerável, pelo menos no Brasil, ao invés de ficar tentando inventar modinhas e acabarem sempre morrendo na praia. Mas isso é outro tema, outro assunto.

Tudo é uma questão de evolução. O velho sempre ficará para trás com a chegada do novo, isso não quer dizer que por ser velho ele não presta mais. Leio muita gente reclamando dos problemas que tiveram no Orkut, e daí? Eu também tive e muitos. É natural que quanto mais sucesso um novo serviço tenha, mais problemas para corrigir irão surgir, afinal, os usuários sempre cobrarão novas funcionalidades e tudo o que é novo apresenta problemas técnicos.

Sei que muitos irão querer me estrangular e os comentários que surgirão na minha caixa para aprovação serão os mais descabidos possíveis. Afinal, todos irão querer defender sua posição, uma coisa que aceito e respeito. Mas peço também que respeite a minha visão sobre o tema. Não é porque no passado você teve problemas com o Orkut que ele virou o vilão da história da web ou lugar de ‘favelado’. Além disso, temos que perder também a mania de achar que todos que moram em favelas são sem educação, afinal, educação não se aprende na escola e sim em casa.

Lembrem-se da teoria dos SEIS GRAUS DE SEPARAÇÃO, que afirma que 
(independente das redes sociais que frequantamos)
são necessárias no máximo SEIS laços de amizade para que 
DUAS pessoas quaisquer estejam ligadas. 
Ou seja: todos estamos conectados de uma forma ou de outra. 
Então, parem de tentar nos 'desligar', é impossível!

Na discussão lá do Google Discovery ofensas foram trocadas como se fossem doces em dia de São Come e Damião, sendo jogados para todo lado. Tanto os comentaristas cometeram gafes, como também os administradores por entrarem no meio do disse-me-disse. Não lembro quem falou por lá, mas uma coisa é certa: opinião cada um tem a sua e não é discutindo que você fará com que a outra pessoa mude o que ela pensa.

Hoje a sensação do momento é o Facebook. A Google tentou diversas vezes desbancar o serviço de Zuckerberg assim como eles mesmos fizeram com as outras redes sociais que existiram no passado. Várias dessas tentativas foram frustradas, como o Wave e o Buzz, e agora eles tentam inovar criando o Google+ (que eu particularmente não gostei). Se ela será (ou qualquer outra rede) aquela que irá desbancar o face eu não sei, não faço a mínima ideia. Porém, tenho certeza de que se hoje o líder é o Facebook amanhã terão milhares de outros, e estaremos todos nós por lá falando mal do azul e branco de Mark, assim como hoje falamos do azul e rosa da Google.

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